Hoje é o 12º dia do meu Whole30, mas ignoremos a parte do 2 porque 10 é um número muito mais giro. Para corresponder à imensa demanda pelo que eu acho do Whole30 (olá mamã!), acho que vou fazer um post em jeito de review a cada 10 dias (eu disse), qual consulta de bebé.
Eu ia fazer isto em forma de entrevista mas é constrangedor, portanto vou fazer um mui apelativo texto corrido.
Eu sinto-me bem. Não noto uma abismal diferença em termos de energia, isto não é uma publicidade a baba de caracol, mas estou a gostar. Também foi um processo de habituação gradual, porque comecei a seguir mais ou menos algum tempo antes de começar.
A regra das 3 refeições não é nada difícil; ao contrário do que possa parecer, não se morre à fome. Fazendo um prato equilibrado com vegetais, fruta, uma fonte de proteína e outra de gordura é perfeitamente possível ficar-se saciado, sem problemas nenhuns. Uma coisa que eu gosto de ver nas fotos de refeições à Whole30 é o quão completas são; acho que se é «obrigado» a comer devidamente, em qualidade e quantidade, ou seja, não optar por uma salada de alface e milho para jantar. Acho que afugenta o medo da gordura, demasiado generalizado. Eu gosto de apregoar que, tomando um pequeno almoço decente, fico sem fome durante cerca de 7 horas, sem ficar de todo cheia após comer. No site do desafio também aconselham um lanche leve a quem sentir mesmo necessidade.
Se treinarem podem fazer 5 refeições com 2 (pré e pós-treino) mais leves, o que pode facilitar a vida a quem está habituado a comer com frequência. Eu noto que acaba por ser difícil fazê-las, porque encaixar tantas num curto período de tempo (a tarde, por exemplo) acaba por ser complicado, já não estou habituada. Eu corri e fiz várias outras formas de exercício e não me senti pior ou com menos energia do que fora do Whole30 - até acho que correu melhor, mas pode ser psicológico.
O que acho mais difícil não é não comer arroz/massa/cereais, passo bem sem eles; acho que é mesmo ter de verificar com minúcia todos os rótulos e «não poder» quebrar o protocolo uma única vez. O que dificulta para mim não é a regra, é a ausência de excepção; ter de examinar os rótulos e investigar os E's, recusar qualquer coisa que me ofereçam, etc. Não que custe propriamente não comer, porque nem é difícil (como nem se coloca a hipótese), mais porque é chato quando se trata de um «evento» ou festa de anos, por exemplo. De resto nem é particularmente difícil. Até cozinhei brigadeiros de Nutella e pudim sem provar, vejam lá.
As mudanças mais flagrantes com o programa foram talvez o tipo de refeições. Passei a consumir mais e mais variados produtos frescos: vegetais e fruta. Comecei a variar bem mais e do supermercado só trago sacos transparentes de frescos (aconselho a fazer o Whole30 antes que se paguem também). Para conceber um prato uso o «modelo» (vegetais crus, vegetais cozinhados, proteína, fruta ou não, gordura) e torna-se bastante simples. Gosto de fazer pratos coloridos e variados, e tenho-me divertido imenso a fazê-los (soa muito estranho?). Costumo pensar com antecedência, mas é mais fácil do que pode parecer desencantar alguma coisa, especialmente se houver sempre o material: vegetais frescos, fruta, frutos secos, fontes de proteína frescas ou congeladas, como hambúrgueres (100% carne!), sardinhas em lata e bifes, sopa (como normalmente sopa ao almoço e jantar).
Tenho a dizer que não me está a custar nada, como eu previa. Tenho algumas saudades de cozinhar doces e de inventar um bocado com ingredientes saudáveis, o que não é permitido, mas nada de mais. E agora que tenho manteiga de caju ainda é mais fácil. Não custa tanto como parece abolir alguns daqueles alimentos comuns (pão, leite, iogurtes, massa, arroz, feijão), e colmata-se as «falhas» perfeitamente bem.
Por fim: experimentem. Eu sei que a maioria das pessoas vê coisas sobre o Whole30 e pensa «que giro»... Eu também deixava sempre para os outros, acho que é fácil não considerar a hipótese sequer e se não fosse o desfile de fotos da Saudável como um Pêro e da Dieta para Totós não sei se alguma vez me teria convertido. Acho que vale a pena, mais não seja para testar o organismo - e como se pode saber se se reage bem ou mal sem tentar? É fácil desconsiderar a dieta paleo e fazer piadinhas sobre calhaus, é mais confortável dar por garantida a verdade e superioridade dos próprias dogmas. Acho que gostamos sempre de pensar que o que fazemos está certo, e essa é sem dúvida uma posição mais agradável, mas para quê? Não sei para que mais do que conforto emocional serve viver agarrado a uma crença cujo fundamento é o desejo de que seja verdade. Talvez seja mais simpática a ideia de que o pão faz bem porque os nossos bisavós diziam que sim, mas eu acho preferível a posição original e o véu de ignorância. Se têm outro estilo de vida com o qual se sentem bem até pode ser justificado mantê-lo mesmo tendo em conta outras hipóteses, mas descartar só porque sim não me faz grande sentido. Se quiserem fundamentos e estudos sobre a a paleo, e com «fundamentos e estudos» quero dizer algo mais profundo do que o contra-argumento «haha homens das cavernas haha atirar calhaus», basta fazer uma pesquisa pelo google. Os guias da alimentação estão sempre a mudar, mas estar a par nunca fez mal a ninguém.
(Isto ficou mais extenso do que era suposto. Se leram mesmo até aqui devo-vos um pedido de desculpas :P)
(Isto ficou mais extenso do que era suposto. Se leram mesmo até aqui devo-vos um pedido de desculpas :P)
Olá Avelã!!!
ResponderEliminarO importante é fazer e se sentir bem, né? Gostei muito do relato, ajuda a desmistificar!!
Beijos!!!! =)
Adorei esta publicação!!!!
ResponderEliminarBeijinhos
food&emotions
http://fefoodemotions.blogspot.pt
Continuo a dizer que fazes muito bem mas não sei se era capaz lol
ResponderEliminarBeijocas
Admiro a tua paciência!
ResponderEliminarConfesso que já comecei muitas dietas ou tentativas de mudanças de hábitos, mas a verdade é que gosto de comer, de experimentar novos sabores e combinações e a ideia de ter que seguir regras para me alimentar... ui ui :)
Força, mantém o ânimo, a avaliar pelo entusiasmo que demonstras, vai correr bem :)
Beijinhos e bom fim-de-semana!
http://petiscana.blogspot.pt/
que batatas são essas normais? :)
ResponderEliminarBom aspecto!
É batata doce :)
EliminarPedido de desculpas? O que eu te devo sempre, então? hahaha
ResponderEliminarSabe, é como você disse, "ai que legal... admiro quem faz... deixa que eles façam". É bem por aí! Não tinha prestado atenção ainda que se tratam de só três refeições :| Isso seria uma dificuldade pra mim, que não sei por onde começar a te explicar! Não por fome, é claro. Por mastigar, simplesmente.
Hoje eu tava lendo uma coisa que dizia que pessoas com metabolismo lento vivem mais. Tipo: roedores vivem comendo e vivem pouco. Tinha comparação com outros animais, mas não lembro quais. Achei interessante. Falavam algo como: "pra que querer acelerar um metabolismo que é lento, pra máquina funcionar mais rápido e pifar também?" Fez certo sentido. Fiquei pensando nisso. Mas, nossa... difícil, hein! Tá sendo difícil tentar comer de 3 em 3 horas, que dirá 3 vezes ao dia! T_T Minha vontade é comer a cada hora. Risos.
Tô acompanhando tudo pelo facebook (e agora pelo instagram! :D) e como falo sempre: seus pratos... lindos! ♥ Dá vontade de tentar. Comer fresco, comer variado... abandonar o pão por um tempo... (wow!). Seria um desafio, um dos bons.
E boa tua ideia de review a cada dez dias.
Adoro teu blog. E você, Avelãzinha. Não sei exatamente como começamos a nos ler, mas foi legal! :') Beijo!
Adorei, precisando entrar em forma também!
ResponderEliminarBeijos!
Olá avelã,
ResponderEliminarO importante é cada pessoa se sentir bem com o que faz!
Eu p.exemplo adoro ver as tuas sugestões do whole 30... Não que consiga fazer (também não tentei... é verdade) mas não se identifica comigo fazer um programa desses... Mas gosto das sugestões e acho que são facilmente reproduzíveis em casa!
Uma coisa que eu adorava experimentar era fazer uma alimentação excluindo o glúten. Quanto à lactose foi super fácil e descobri logo as diferenças no meu organismo, quanto ao glúten tenho-me desleixado em relação a incutir a mim mesma experimentar... Mas um dia destes quero mesmo ver a minha reacção ao não comer de todo alimentos com glúten.
Pronto, não me alongando, é muito fácil criticar, mas o importante é o sentirmo-nos bem connosco próprios, sermos felizes e o resto é 'sorrir e acenar' :-)
Beijinhos***