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«Arroz» de Couve-Flor (Paleo, Whole30-Approved, Saudável, Sem Glúten, Sem Lactose, Vegan, Sem Açúcar Adicionado)


Um dos requisitos do Whole30 é não «brincar» demasiado com os ingredientes permitidos. Pode-se comer um ovo e uma banana, mas não se pode comer panquecas de ovo e banana. Pode-se comer cacau (enquanto especiaria), polvilho (enquanto espessante para molhos) e ovo, mas não queques de cacau, polvilho e ovo. 
O fundamento disto é o de que nós e o nosso corpo nos comportamos de maneira diferente consoante não só a qualidade mas também a forma da comida. O objectivo é ingerir alimentos na sua forma natural e apreciá-los assim, de preferência intactos e sem grandes mixórdias. É suposto que o programa mude (para melhor) a nossa relação com a comida, e não que substitua o que comíamos por formas semelhantes mas saudáveis.
Parecendo que não esta regra tem limites ténues: será que fazer pastéis de atum é «fingir» e é prejudicial? E chips de batata-doce?
Apesar de ser um desafio cujas regras não foram criadas por mim, acho por bem ter alguma liberdade para decidir este tipo de coisas. Não me parece equilibrada ou natural a quantidade de gente que vai ao site oficial perguntar se tem de começar de novo depois de ter comido ameixas com açúcar adicionado ou produtos com sulfitos que não ocorrem «naturalmente» à espera de uma resposta reconfortante, quando as regras do programa são bem claras; acredito que cada pessoa deva decidir por si o que fazer a partir delas, apesar de por vezes poder ser dilemático. 
Por isso, dependendo do tipo de alimento, cabe-me a mim julgar se será aceitável ou não; e a verdade também é que eu é que sei como vejo as coisas. Critérios com o seu quê de ambíguos e admitidamente subjectivos estão no site, a partir daí cabe a cada um delinear a fronteira.
Por isso, permito pastéis de atum e chips de batata-doce (no forno. Apesar de permitir o uso de óleos vegetais e de batata, o Whole30 exclui expressamente a ingestão de batatas fritas - ao que eu acho imensa piada, por ser uma espécie de cobertura a um «ângulo morto» no programa), porque sei que quando os como não estou a «sonhar» com batatas fritas ou pastéis.
E permito arroz de couve-flor porque, apesar da «formalidade» do nome e de se assemelhar a arroz, posso dizer com segurança que não estou a tentar de nenhuma forma substituir o arroz, até porque a couve-flor é bem melhor.
Segundo o meu cérebro, o título deste post seria «Couve-Flor Salteada» - mas, lamento dar-vos as notícias assim de maneira tão brusca, vocês não são o meu cérebro.
E por isso aqui está ele: Arroz de Couve-Flor, um arroz temperamental que não é arroz nem deve ser comido de modo a substituir o arroz, mas cujo sabor dissuade qualquer um de o ver como simplória substituição. 





Arroz de Couve-Flor (Paleo, Whole30-Approved, Saudável, Sem Glúten, Sem Lactose, Vegan, Sem Açúcar Adicionado)
Adaptado daqui
Para 1 pessoa

Ingredientes:

[  1/4 de couve-flor (200g)
[  1/2 colher de chá de ghee ou óleo de coco ou 1 colher de chá de azeite*
[  1 pitada de sal

Preparação:
| Picar finamente a couve-flor com uma faca ou processador.
| Colocar o azeite, óleo de coco ou ghee a aquecer num wok/frigideira.
| Quando estiver quente, adicionar a couve-flor e temperar com sal.
| Mexer ocasionalmente e deixar cozinhar durante 3 a 7 minutos, dependendo do gosto (se gostam da couve-flor mais crocante ou mais cozinhada).

*A diferença deve-se ao facto de o ghee e o óleo de coco serem sólidos à temperatura ambiente; a quantidade em 1/2 colher de chá será tendencialmente maior do que se fossem líquidos.



Eu nunca fui fã de couve-flor; cozida tem um sabor estranho e manhoso, tem uma textura estranha também e é mil vezes pior do que brócolos (que adoro), por isso não estava com grandes expectativas quanto ao arroz. Mas acreditem, é delicioso. A couve-flor ainda meia crocante e mesmo só temperada com sal tem um sabor extremamente agradável, nada enjoativo, e, surpreendentemente, não sabe a couve-flor cozida.
Avelã, oficialmente não fã de couve-flor, dissuadida das suas ideias negativas acerca da couve-flor e até, imaginem, disposta a assar couve-flor e comê-la (!). Sim, já fiz isso. Sim, é bom. Tudo por causa deste arroz... Querem melhor prova de que é bom?
Façam-no.
_________________________________________________________________________
Informação Nutricional (por 200g)
Energia: 74kcal
Proteínas: 4.0g
Hidratos de Carbono: 10.6g
-       Dos quais açúcares: 4.8g
Lípidos: 3.0g
-          Dos quais hidrogenados: 0g
-     Dos quais saturados: 0g
Fibra: 5.0g
Sódio: 215mg
     A informação nutricional engloba uma porção (neste caso, corresponde a 200g, 1 dose ou a totalidade da receita). Está sujeita a erro humano e a alguma imprecisão, mas deverá apresentar valores próximos do valor real. 
_________________________________________________________________________

Comentários

  1. Também nunca gostei particularmente de couve.flor. No entanto fica bem em imensas coisas e bem cozinhada até é saborosa. Nunca apliquei num arroz, mas tenho de experimentar!

    ResponderEliminar
  2. Vou experimentar! Tenho andado a redescobrir a couve-flor, coitada, é sempre tão mal compreendida :D

    Beijinhos :D

    ResponderEliminar
  3. Olá Avelã!!!
    Esse arroz me parece uma ótima sugestão!! Desejo muito sucesso, continue compartilhando conosco suas experiências!!!
    Beijos, desejo uma Páscoa abençoada para você e toda família!! =)

    ResponderEliminar
  4. Esta receita vou levar comigo :)
    E vou experimentar a manteiga também!
    Beijinhos e boa Páscoa!
    http://petiscana.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  5. Olá avelã...

    Eu li o post quase todo de sobrancelha arqueada (desconfiada) por isso mesmo... Porque não gosto muito de couve-flor... Gosto na sopa ralada, como no arroz VERDADEIRO e mesmo assim pouca, mas quando cheguei ao fim e vi a tua opinião de quem também não era fã de couve-flor, faz-me pensar 2 vezes em experimentar/não experimentar...
    A ideia do crocante agradou-me, por isso vou apontar e fica em stand-by a ver se a experimento ou não :-)

    Beijinhos***

    ResponderEliminar
  6. Avelã...

    Onde costumas comprar o óleo de coco??? No hipermercado??? Este fim-de-semana procurei, procurei e nada... nadex...

    Agradecida :-) A vizinha!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Normalmente no hipermercado não há... Mas no Continente acho que tinha, na Área Viva ou zona gourmet...
      Eu costumo comprar no Celeiro ou encomendar pela My Protein, que fica mais barato (no Celeiro é muito caro :P) :)

      Eliminar
  7. Sabe o que é curioso? O óleo de coco é sólido em todo lugar, menos aqui. Líquido, líquido :P Translúcido! Faz muito calor, aqui.

    Uma vez eu tentei um arroz de couve-flor, mas ficou muito cru. Preciso tentar mais cozido. (Inclusive foi um aborrecimento aqui em casa. "Essa couve-flor está crua!!!! Não pode!!!! Está imprópria!!!!" Zzzzzz Me cansa.)

    Mais uma vez, muito bonito o prato. Gente que leva jeito é outra coisa, né? Até arroz de couve-flor fica bonito! :P E também acho levemente besteira a coisa das nomenclaturas do programa.

    ResponderEliminar

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