A minha falta de jeito para massas lêvedas no passado já foi assunto aqui no blog, mas se não me engano apenas mencionei os meus fracassos com pão. Seria uma grande falha da minha parte não explorar uma outra categoria de desastres lêvedos: os meus fracassos com bolo rainha até à data em que fiz a maravilhosa receita que publiquei aqui.
Começando pelo início, nem eu nem a maior parte das pessoas na minha família mais próxima somos fãs de bolo rei, sendo até frequente o uso de expressões bastante lesivas para descrever o quão mau é o próprio, com os seus frutos cristalizados demasiado moles e pegajosos (desculpem-me, é mais forte do que eu). O mesmo não se passa com o bolo rainha, que é sempre muito apreciado por ter o ótimo upgrade de substituir com frutos secos os frutos cristalizados, daí ser este uma escolha óbvia para preparar para o dia de Natal. Ou para qualquer outro, visto que o fiz várias vezes.
Na verdade o bolo rainha nunca me saiu especialmente mal, mas olhando para trás tenho a certeza de que havia alguma coisa que estava ali a falhar. Costumava deixar a massa com um exagero de frutos secos (já se sabe que é assim que fica boa) a levedar num recipiente durante umas horas, num local resguardado porque os frutos secos estão caros e os ladrões hoje em dia não andam para brincadeiras, durante as quais a massa não crescia nada. Depois formava a 'rosca' e colocava a levedar novamente durante uma hora, durante a qual... também não crescia nada. E depois começava a achar que ia ficar horrível, embora já me tivesse acontecido isto várias vezes, colocava no forno e passados 10 minutos via como tinha crescido e ficado dourado - e ficava em êxtase, como se não soubesse que tal coisa ia acontecer, embora isto se passasse todas as santas vezes. Havia ainda uns passos adicionais que ocorreram em metade das vezes devido à minha inexperiência na altura no controlo da cozedura de bolos que invalidavam o teste do palito: retirar o bolo do forno, cortar uma fatia, reparar que estava cru e colocá-lo novamente no forno. Como podem imaginar, isto resultava numa espécie de bolo-tosta cujas fatias viriam a servir para fazer sons ocos contra a mesa e gozar com a minha cara.
Mesmo sendo agradável quando bem cozido, este bolo rainha nunca foi particularmente fofinho ou maravilhoso, pelo que tenho até dificuldade em perceber porque é que o fiz tantas vezes. De qualquer modo, são águas passadas, já que como disse finalmente encontrei a receita ideal e nunca mais fiz a anterior. Demorou, mas para compensar deixo aqui este Monkey Bread: um bolo lêvedo que saiu bem à primeira :)
Monkey Bread
Adaptado daqui
Ingredientes:
[ 60ml de água
[ 7g de fermento de padeiro seco
[ 400g de farinha (branca, sem fermento)
[ 1 pitada de sal
[ 1/2 colher de chá de extrato de baunilha
[ 3 colheres de sopa + 300g de açúcar
[ 1 ovo
[ 2 colheres de sopa + 100g de manteiga
[ 180ml de leite
[ 1 colher de sopa de canela
Preparação:
| Aquecer a água no microondas. Devem conseguir aguentar o dedo na água durante 10 segundos (sem que seja doloroso, claro), mas senti-la bastante quente.
| No recipiente de uma batedeira elétrica, colocar o fermento e a água e deixar repousar durante 2 minutos. Devem aparecer umas bolhinhas e alguma espuma.
| A esta mistura, adicionar 100g de farinha, o sal, o extrato de baunilha, as 3 colheres de sopa de açúcar, o ovo, as 2 colheres de sopa de manteiga derretida e o leite aquecido (tanto como a água no 1º passo). Bater até que a mistura fique homogénea e cremosa.
| Aos poucos, adicionar a restante farinha (300g) e misturar bem. Transferir a massa para uma superfície enfarinhada e trabalhá-la durante cerca de 5 minutos. Se estiver demasiado pegajosa, acrescentar farinha. No final deve descolar das mãos e estar maleável/elástica.
| Com a massa, formar uma bola e colocá-la num recipiente limpo. Cobrir o recipiente com papel aderente e deixar levedar num local quente (coloquei no forno pré-aquecido a 50 graus e desligado) durante cerca de 30 minutos.
| Untar uma forma com óleo vegetal.
| Colocar numa malga o restante açúcar (300g) e a canela e noutra a restante manteiga (100g) derretida.
| À mão, estender a massa numa superfície enfarinhada até que fique com cerca de 1.5cm de espessura. Com uma faca afiada, cortar a massa em cubos de tamanho médio. Rolar os cubinhos na mão para formar bolas e, com a ajuda de um garfo, passá-las pela manteiga e depois pelo açúcar, colocando-as por fim na forma. Repetir o procedimento, amontoado as porções esféricas de massa sem pressionar, até não sobrar massa.
| Cobrir a forma levemente com papel vegetal e deixar levedar num local quente (coloquei outra vez no forno pré-aquecido a 50 graus e desligado) durante 1 hora.
| Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 30 minutos. Deixar arrefecer durante alguns minutos e desenformar; é especialmente bom servido quente.
Eu honestamente acho este bolo adorável: é original na forma (a sério, é giro desfazer os pedacinhos; para além do mais, se já em cinnamon rolls/pães/bolinhos as melhores partes são as laterais que separavam cada unidade das outras no forno, esse efeito é aqui multiplicado por mil :D) e muito bom em sabor. A camada açucarada de canela dá-lhe uma textura 'gooey' a lembrar caramelo, o que combina lindamente com a fofura das mini esferas menos doces. Até acho que vou fazer para este Natal, porque realmente é uma receita bem natalícia (ou não levedasse e tivesse canela)!
omg isto tem tao bom aspecto! a sério, é super giro, e diferente e deve ser mesmo saboroso :)
ResponderEliminarbeijinho
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Gosto ler estas tuas histórias pois adoro o teu sentido de humor e acabo, inevitavelmente, por me rir imenso! Acho que já to disse milhentas vezes! A minha mãe é uma especialista em massas lêvedas! Desde que me lembro de ser gente que me lembro de a ver cozer todo o tipo de massas lêvedas em casa, em forno de lenha, e com a maior das perfeições! Suposto seria eu também as saber fazer igualmente bem, afinal filho de peixe sabe nadar! Mas nesse campo nado em seco, que é como quem diz, desenrasco mas não sou uma perfeição, com muita pena minha! Quem me dera chegar aos calcanhares dela. Se ela tivesse sido esperta teria vendido para fora qual padaria! E teria feito uma pequena fortuna pois naquele tempo não havia as regras nem as normas que há hoje! Mas não! Em vez disso fazia para consumo e para dar à vizinhança! Não era por acaso que a nossa casa parecia a casa do povo, os vizinhos estavam sempre lá metidos! É por isso que quando adquiri a minha própria casa, estabeleci uma relação cordial com os meus vizinhos mas cada um nas suas casas!
ResponderEliminarAo contrário de ti eu adoro bolo-rei! Fiz um há uns tempos, saudável, pois! Tenho cedido à tentação de comprar o bolo-rei da padaria aqui perto, que é o meu preferido! Embora a minha mãe fosse especialista em massas lêvedas nunca teve por hábito fazer bolo-rei! Nem rainha! Provei pela primeira vez bolo-rei depois de me casar! Não gostei particularmente! Estranhei! Mas rapidamente apaixonei-me! E agora não há Natal que não haja bolo-rei! Quanto o monkey bread adoro! Só tem um problema, apetece tirar uma bolinha, mais outra, e mais outra... até não haver mais! Ai se eu agarrasse esse...! Beijinhos
Valeu a pena só pelo aspecto!
ResponderEliminarÉ super engraçado, nunca tinha visto um bolo assim =)
Beijocas
Vi isto no Instagram e fiquei super curiosa! Tinha que vir cuscar a receita! (= um dia vou cozinhar tão bem como tu! (só que não)
ResponderEliminarfiquei de olho! enche me os olhos! :)
ResponderEliminarRealmente que coisa original! E deve ser ótimo.
ResponderEliminarTambém não gosto nada de Bolo Rei, nem tanto pelas frutas mas mais pelos frutos secos. Tudo o que meta amêndoas, nozes e avelãs não é comigo, os únicos que ainda gosto são os pinhões, mas é como dizes, ao preço deles, deviam vir com um segurança! Eheheheh
Este bolo é uma ótima sugestão para substituir isso tudo ;)
Beijinho.
Lilium
O Meu Dolce Far Niente
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Sabias que estive para fazer o monkey bread hoje? Mas por acordar com uma nuvem cinzenta na cabeça e estar tudo a correr mal (é que nada escapou do dia azarado), resolvi não assassinar o coitado. Mas gosto tanto, tanto deste pão que agora ao ver o teu fiquei arrependida de não ter feito. É que se hà coisa que gosto é de tirar pedacinho a pedacinho dessa massa, tão bom :)
ResponderEliminarNunca tive coragem de fazer massa lêveda, acho sempre que me irá correr horrivelmente mal! Este bolo fica mesmo adorável e dá vontade de separar os pedaços todos! :D
ResponderEliminarQuanto ao bolo rei partilho totalmente da tua opinião. ;)
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Aii que bom aspecto! Quem me dera não ter mão fria para doces! Gostava mesmo de conseguir fazer um que não tivesse o aspecto de um ser de outro planeta.
ResponderEliminarPor acaso gosto de bolo rei. Antigamente detestava, hoje em dia apenas tiro os frutos enormes do topo e de resto até me agrada.
Beijinho
Nunca experimentamos, mas está com um aspecto maravilhoso!!!
ResponderEliminarBeijinhos.
Ficou com óptimo aspecto!!
ResponderEliminarBeijinho
http://asreceitasdamaegalinha.blogspot.pt/
Que giro!! Fica com um aspecto super giro e apetitoso. ;)
ResponderEliminarBeijinho Avelã!!
Bimby & Sabores da Vida
Não conhecia este bolo! Mas achei lindo, e essa "casca" com canela deve ficar tãoo boa!!!
ResponderEliminarAdorei! Beijinhos
Ana
https://acasinhadasbolachas.blogspot.pt/
mas... mas... mas... mas... mas...!! Que BOM ASPECTO!! Aiiii!!!
ResponderEliminarUm beijinho dourado,
O Biquíni Dourado
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Bolo rei só é bom tostado e com manteiga :-p
ResponderEliminarhttp://6800milhas.blogspot.com/
Olá, querida Avelã.
ResponderEliminarNunca fiz Monkey Bread... mas tenho vontade de experimentar, pois adoro massas lêvedas.
Ficou perfeitinho e fiquei com vontade de roubar vários pedacinhos.
Beijinho grande!
Sílvia
Ficou tão lindo esse efeito!!! ^_^
ResponderEliminarBeijinho
Blogue Recanto com Tempero
Nunca tinha ouvido falar deste bolo. É tão giro! :)
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